sábado, agosto 01, 2009

Fácil de entender

Palavras.
Fizeram-me sorrir demais, quando realmente deveria ter aberto os olhos e não mergulhado em ilusões e criado na imaginação caminhos sem fim, sonhando ser possível finalmente ter encontrado uma luz. Julgando que poderia seguir e apostando na tua sinceridade, sonhei.
Fui caminhando a passos pequenos, ansiando poder correr e finalmente ouvir-te, falar-te baixinho e quem sabe sentir o teu perfume num abraço interminável. Transformar todas as palavras perfeitas em momentos que não voariam do pensamento.

Sorri demais ao levar-te no pensamento, pensei demais em cada entrelinha das palavras, falei demais e o sonho acabou por escurecer. Sem tempo de crescer, aprender ou voar o sonho não tirou os pés da terra. Infelizmente escureceu cedo demais, e agora não quer abrir os olhos.
Foste mais do que eu pensava levando-me a ser menos do que devia. Julguei-te fácil de entender, diferente e meigo. Doce feitio simples que te levou a fazer-me falar.
Agora tenho os olhos vendados de maneira impossívelmente solida.
Incapaz de desvendar os meus olhos, não consegues ultrapassar as palavras quando foste tu, meu amor, o primeiro a dizer que palavras leva-as o vento.
A luz no pequeno ecrã portátil que trazia o teu nome já não brilha com intensidade, desordenada, livre e com vontade mas sim forçada, demasiado forçada e fútil. E assim já não me faz sorrir, traz antes uma vontade incontrolável de vestir o meu casaco vermelho enorme, colocar o capuz que me cobre a cara, sentar-me na janela e deixar o vento frio secar por dentro toda a tristeza de uma desilusão enquanto por fora vou colocando uma mascara de felicidade.
Simples palavras colocaram toda a perfeição a leste de mim, do meu ser, mas talvez infelizmente para ti, continuas no centro do meu pensamento.
Apoiada em ilusões que descrevias cada vez que o ecrã iluminava o teu nome, sonhei.
Nada do que passou, nada do que pensei termos construído conta para ti. De livre vontade desapareceste sem sequer deixar explicações e achando tudo normal. Trocas-te todas as palavras por um mero facto que a metade nem faria arregalar os olhos.

Sonhei e agora, de olhos vendados, não quero acreditar que tu, que tão pura e facilmente me fazias sorrir tens o mesmo rosto daquele que agora me faz querer enrolar-me a um canto pensando o porque de querer sonhar, falar ou mesmo acreditar que um desconhecido cheio de charme, sentimento e carinho pode ser a razão de toda esta nostalgia.
Fizeste-me desistir de ti mesmo antes de me dares algo suficientemente solido para poder lutar, V*

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