sábado, março 13, 2010

Rascunhos *

* - Meu amor, respira fundo e sorri. Hoje é um novo dia e podes acordar sabendo que és livre, destemido e vencedor.

- Conta-me a história do teu sonho. Aqui, neste recanto, só eu tenho ouvidos. Demonstra-me confiança e revela-me os teus segredos. Prometo que só eu os guardarei.

- Simplesmente o sono não vem e o pensamento saltita aqui e acolá. Não tem uma memória em que apeteça parar e sorrir por ela, ou até mesmo chorar. O que mais vive aqui é a saudade.
Saudade essa não sei de quê, ao certo, ou de quem. Mas certamente sei que é saudade.
Um aperto, um suspiro. Uma vontade, agora sim, de chorar por algo que não conheço. Esse desconhecido desejo que tanto temo. Esse futuro que ninguém conhece. Essa suposta vida.
Esse meu amor que perdido lá longe. Sem memória de mim, sem rumo certo.
Será essa a razão que o faz demorar tanto ? *


( Perdidos e gastos pelo tempo, num caderno usado já ao que nós jovens chamamos uma eternidade. Rever o passado tem sempre um sabor doce e umas surpresas que nos escapam. )