segunda-feira, junho 15, 2009

Magic *

Tenho aqui tudo o que preciso.
A imaginação é o essencial, e depois este pedaço de madeira que não é um qualquer. A minha varinha magica.

Olho em volta e penso que tudo seria bem melhor a minha maneira.
Mas, tenho tudo o que preciso, porque não tentar mudar? Tenho a força, a vontade, o apoio, a imaginação, a liberdade, a minha varinha e acima de tudo, acredito que é possível.
Perco 10 minutos na concentração para tudo ser perfeito e em seguida abano a varinha e tenho o meu mundo.
É tão bom estar a viver isto. Tão simples, fácil.

Tudo é carinho, amor. Paz.

Essa paz tão desejada por mim, por ti, por ele e por ela. Esse carinho e amor que faz o resto desaparecer e nos transforma no "eu e tu e mais nada".
Tu, que estas fora da minha bolha magica, entra sem medo. Aqui não tens nada que te possa magoar. Todos temos muito cuidado, entra.
Vem ajudar-me a imaginar este mundo que também desejas, pega na varinha e faz também a tua mudança. Só é proibida a entrada a quem quiser estragar este mundo tão puro, perfeito.
Penso que não haverá ninguém, por isso entra, tu, tu e tu. Vocês também podem.

Venham ajudar-me a construir este novo mundo. O nosso mundo. Aquele em que o ódio desaparece num carinho, em que os inimigos se amam, em que não existe diferença nem preconceito, não existe superior ou inferior e no qual podemos respirar livre e despreocupadamente.

Entra, vem ajudar-me a construir o teu futuro. Está nas nossas mãos. Planta também a tua semente junto da minha, traz todos os teus amigos e vamos juntos acreditar na mudança e lutar por ela. Vamos fazer magia neste mundo.
"... but isn't magic just an illusion ? "
Todos com a nossa força, as nossas varinhas magicas e um pouco de imaginação vamos fazer desta ilusão a nossa realidade de amanha.
Vem, entra nesta bolha mágica tu também, a sempre espaço para mais um.

segunda-feira, junho 08, 2009

Passo a passo*

Deito a cabeça na almofada, abraço o meu urso, sem sequer pensar no que possam dizer sobre ainda dormir com peluches com esta idade. Sinceramente, que interessa o que pensam? Eu sinto-me bem assim.
Devagarinho, começo por fechar os olhos como se quisesse descobrir cada passo do adormecer, como tudo se passa, mas acabo por adormecer antes sequer de ter tempo para começar a desenvolver teorias.

Começo a sonhar.

Vens tu, meu ser, perfeito como sempre. Corro como uma louca para te abraçar, nem acredito que já passou tanto tempo desde a ultima vez que nos vimos. A muito tempo que não vinhas aos meus sonhos, senti a tua falta.
Não me lembro da tua voz, tenho uma fraca sensação do teu toque, o teu perfume escasseou.
Mas estas tão longe, já me sinto cansada de tanto correr. Então, opto por andar um pouco a passo, somente para recuperar algum folgo mas, curiosamente, pareces vir mais depressa do que durante todo tempo em que corri. Continuo a passo, estas tão perto, meu anjo.
Faltam cerca de 10 passos, nos meus cálculos mentais, e inicio novamente a corrida, mas não resulta, parece que voltas a ficar mais longe. Quero-te aqui, quero abraçar-te, não corras na direcção contraria, por favor.
E nesse momento, paro e penso um pouco. Enquanto corria tu ficavas mais longe mas enquanto andava tu andavas também e estavas cada vez mais perto.
Então não corro mais, limito-me a seguir a passo lento.
Uns meros quinze pequenos passos e estavas abraçado a mim. A sensação mais pura que combina a felicidade com a emoção corre mais depressa que o próprio sangue no meu pequeno ser, e é visível nos meus olhos.
O teu perfume invade-me, o teu abraço aquece-me, a tua respiração arrepia ao chegar ao meu pescoço e o teu olhar ama-me daquela maneira especial, com toque de sedução da tua voz que grita de alegria num leve e pequeno sussurro ao meu ouvido : "Voltei. Senti a tua falta, meu amor. Nunca mais te vou deixar. Prometo!"
De mãos dadas, sorrisos largos e olhares que não deixam duvidas, sentados naquele nosso cantinho ficamos a falar horas e horas.
Acordo com o maior sorriso que tive na cara. Não me incomoda minimamente ter acordado, vou estar sempre a pensar em ti.


Na noite seguinte agarrei o peluche, fechei os olhos e lá estavas tu, naquele espaço só nosso. Caminho, mas não corro, não tenho pressa. Afinal, temos uma vida inteira onde todas as noites posso sonhar e encontrar-te, sentado no mesmo lugar, para onde caminho sem pressa, pois sei que lá tenho todo o tempo para ser feliz.

terça-feira, junho 02, 2009

Ilusão *

-A noite esta perfeita.
-Só perfeita ?
-Talvez única também.
-Abraça-me, por favor.

Uma tal lua me mentiu naquele faz de conta que me fez sorrir.
O teu rosto levemente iluminado pela noite ganhava mais cor a cada palavra que saia da tua boca. Aos poucos começava a encontrar o sentido do meu ser em ti e só queria que a vontade de te olhar nos olhos nunca se esgotasse. Queria estar assim de mãos dadas em harmonia perfeita contigo para o resto da minha existência.

Tudo isto vinha de ti, esta vontade de me agarrar, de me falar, de me amar e de me olhar com ternura, era espontânea.
Cada passo em conjunto era como um sinal que usavas para me dizer em segredo que querias que tudo voltasse. Ganhar força para te contrariar frente a frente com esse teu ser, a meus olhos perfeito, era praticamente uma missão impossível.
Atravessamos ruas e vielas, passamos pontes e túneis. Tudo era perfeitamente estável, porque estavas lá e me davas segurança para tudo o que aparecesse.
Falamos durante horas e horas.
Tu, eu e a lua. Aquele parecia o nosso sonho, no qual nenhum de nos se deixava levar por erros.

Sinto que acordei de um sonho, abrindo os olhos para um pesadelo. Fecho-os com muita força e faço de tudo para voltar a sonhar, mas já não consigo. Tenho o batimento fora do normal e só quero parar de sentir esta dor tão forte que me faz chorar. Quero partir em busca do meu sorriso novamente, mas as tuas memorias prendem-me a esta cama como se fosse impossível soltar-me.
Não quero mais esta dor, este sentimento que me magoa. Volta para mim.

Quero-te, mesmo que seja só para me encheres de mentiras, pode ser que isso me dê pistas para descobrir para onde foi a minha felicidade.
Ser estranho, minha ilusão, volta.

segunda-feira, junho 01, 2009

Voar ao Contrário *

-Hoje estou com vontade de voar.
-Voar ?
-Sim voar, mas ao contrário.

Paro para pensar sobre essa coisa de voar ao contrário. Não tenho muito tempo, mas quero mesmo descobrir o que isso significa, se é bom, se é mau. Será que experimentamos algo tão bom, que se torna viciante? Tanta gente fala nessa coisa de voar ao contrário, deve ser como uma droga ou assim. Anda na moda, isso é um facto.

Voar ao contrário.

Começo a lembrar-me de como sorria em criança, de como era fácil fazer amigos e de como um gesto tão simples era especial. Da maneira como nos amávamos uns aos outros. Era algo tão natural e puro, simplesmente irresistível.

De repente dou por mim agarrada a esses tempos, de tal maneira que se torna impossível querer sequer deixa-los para trás e não pensar mais neles. São tão doces, tão incrivelmente saudáveis.
Voar ao contrário, sim. Sem sequer me esforçar por tentar encontrar significado, ele vem, como que em segredo, falar baixinho no meu coração e ordenar a minha mente a recuar e a recordar.
Isso é que é voar ao contrário, é disso que toda a gente fala e é isso que toda a gente quer sentir.
Chegas com um misto de emoção e alegria no olhar, tal como eu. Parece que estivemos a fazer o mesmo, voar ao contrário.
Abraça-me com a força do passado, a mesma que te ajudava em cada passo, que te fazia falar que te fazia sorrir. Quero sentir a força com que amavas quando eras criança.
Essa força era verdadeira e esta que passa por nós hoje é demasiado forçada, imaginaria. Quero aquela que é carinhosa e me conforta, não aquela que mais tarde me vai magoar e deixar-me marcada.
Esse teu abraço faz-me sentir como se tivesse apanhado o próximo voo na máquina do tempo, e agora estivesse em pleno paraíso. Não largues, por favor.
Abraça-me com essa força ate ao fim do tempo, não quero voltar aquele mundo materialista. Quero muito desta droga, muito mais deste mundo fácil e doce.

Dá-me tudo, eu farei o mesmo. Vamos, juntos, voar ao contrário.