Devagarinho, começo por fechar os olhos como se quisesse descobrir cada passo do adormecer, como tudo se passa, mas acabo por adormecer antes sequer de ter tempo para começar a desenvolver teorias.
Começo a sonhar.
Vens tu, meu ser, perfeito como sempre. Corro como uma louca para te abraçar, nem acredito que já passou tanto tempo desde a ultima vez que nos vimos. A muito tempo que não vinhas aos meus sonhos, senti a tua falta.
Não me lembro da tua voz, tenho uma fraca sensação do teu toque, o teu perfume escasseou.
Mas estas tão longe, já me sinto cansada de tanto correr. Então, opto por andar um pouco a passo, somente para recuperar algum folgo mas, curiosamente, pareces vir mais depressa do que durante todo tempo em que corri. Continuo a passo, estas tão perto, meu anjo.
Faltam cerca de 10 passos, nos meus cálculos mentais, e inicio novamente a corrida, mas não resulta, parece que voltas a ficar mais longe. Quero-te aqui, quero abraçar-te, não corras na direcção contraria, por favor.
E nesse momento, paro e penso um pouco. Enquanto corria tu ficavas mais longe mas enquanto andava tu andavas também e estavas cada vez mais perto.
Então não corro mais, limito-me a seguir a passo lento.
Uns meros quinze pequenos passos e estavas abraçado a mim. A sensação mais pura que combina a felicidade com a emoção corre mais depressa que o próprio sangue no meu pequeno ser, e é visível nos meus olhos.
O teu perfume invade-me, o teu abraço aquece-me, a tua respiração arrepia ao chegar ao meu pescoço e o teu olhar ama-me daquela maneira especial, com toque de sedução da tua voz que grita de alegria num leve e pequeno sussurro ao meu ouvido : "Voltei. Senti a tua falta, meu amor. Nunca mais te vou deixar. Prometo!"
De mãos dadas, sorrisos largos e olhares que não deixam duvidas, sentados naquele nosso cantinho ficamos a falar horas e horas.
Acordo com o maior sorriso que já tive na cara. Não me incomoda minimamente ter acordado, vou estar sempre a pensar em ti.
Na noite seguinte agarrei o peluche, fechei os olhos e lá estavas tu, naquele espaço só nosso. Caminho, mas não corro, não tenho pressa. Afinal, temos uma vida inteira onde todas as noites posso sonhar e encontrar-te, sentado no mesmo lugar, para onde caminho sem pressa, pois sei que lá tenho todo o tempo para ser feliz.
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