segunda-feira, junho 08, 2009

Passo a passo*

Deito a cabeça na almofada, abraço o meu urso, sem sequer pensar no que possam dizer sobre ainda dormir com peluches com esta idade. Sinceramente, que interessa o que pensam? Eu sinto-me bem assim.
Devagarinho, começo por fechar os olhos como se quisesse descobrir cada passo do adormecer, como tudo se passa, mas acabo por adormecer antes sequer de ter tempo para começar a desenvolver teorias.

Começo a sonhar.

Vens tu, meu ser, perfeito como sempre. Corro como uma louca para te abraçar, nem acredito que já passou tanto tempo desde a ultima vez que nos vimos. A muito tempo que não vinhas aos meus sonhos, senti a tua falta.
Não me lembro da tua voz, tenho uma fraca sensação do teu toque, o teu perfume escasseou.
Mas estas tão longe, já me sinto cansada de tanto correr. Então, opto por andar um pouco a passo, somente para recuperar algum folgo mas, curiosamente, pareces vir mais depressa do que durante todo tempo em que corri. Continuo a passo, estas tão perto, meu anjo.
Faltam cerca de 10 passos, nos meus cálculos mentais, e inicio novamente a corrida, mas não resulta, parece que voltas a ficar mais longe. Quero-te aqui, quero abraçar-te, não corras na direcção contraria, por favor.
E nesse momento, paro e penso um pouco. Enquanto corria tu ficavas mais longe mas enquanto andava tu andavas também e estavas cada vez mais perto.
Então não corro mais, limito-me a seguir a passo lento.
Uns meros quinze pequenos passos e estavas abraçado a mim. A sensação mais pura que combina a felicidade com a emoção corre mais depressa que o próprio sangue no meu pequeno ser, e é visível nos meus olhos.
O teu perfume invade-me, o teu abraço aquece-me, a tua respiração arrepia ao chegar ao meu pescoço e o teu olhar ama-me daquela maneira especial, com toque de sedução da tua voz que grita de alegria num leve e pequeno sussurro ao meu ouvido : "Voltei. Senti a tua falta, meu amor. Nunca mais te vou deixar. Prometo!"
De mãos dadas, sorrisos largos e olhares que não deixam duvidas, sentados naquele nosso cantinho ficamos a falar horas e horas.
Acordo com o maior sorriso que tive na cara. Não me incomoda minimamente ter acordado, vou estar sempre a pensar em ti.


Na noite seguinte agarrei o peluche, fechei os olhos e lá estavas tu, naquele espaço só nosso. Caminho, mas não corro, não tenho pressa. Afinal, temos uma vida inteira onde todas as noites posso sonhar e encontrar-te, sentado no mesmo lugar, para onde caminho sem pressa, pois sei que lá tenho todo o tempo para ser feliz.

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