terça-feira, junho 02, 2009

Ilusão *

-A noite esta perfeita.
-Só perfeita ?
-Talvez única também.
-Abraça-me, por favor.

Uma tal lua me mentiu naquele faz de conta que me fez sorrir.
O teu rosto levemente iluminado pela noite ganhava mais cor a cada palavra que saia da tua boca. Aos poucos começava a encontrar o sentido do meu ser em ti e só queria que a vontade de te olhar nos olhos nunca se esgotasse. Queria estar assim de mãos dadas em harmonia perfeita contigo para o resto da minha existência.

Tudo isto vinha de ti, esta vontade de me agarrar, de me falar, de me amar e de me olhar com ternura, era espontânea.
Cada passo em conjunto era como um sinal que usavas para me dizer em segredo que querias que tudo voltasse. Ganhar força para te contrariar frente a frente com esse teu ser, a meus olhos perfeito, era praticamente uma missão impossível.
Atravessamos ruas e vielas, passamos pontes e túneis. Tudo era perfeitamente estável, porque estavas lá e me davas segurança para tudo o que aparecesse.
Falamos durante horas e horas.
Tu, eu e a lua. Aquele parecia o nosso sonho, no qual nenhum de nos se deixava levar por erros.

Sinto que acordei de um sonho, abrindo os olhos para um pesadelo. Fecho-os com muita força e faço de tudo para voltar a sonhar, mas já não consigo. Tenho o batimento fora do normal e só quero parar de sentir esta dor tão forte que me faz chorar. Quero partir em busca do meu sorriso novamente, mas as tuas memorias prendem-me a esta cama como se fosse impossível soltar-me.
Não quero mais esta dor, este sentimento que me magoa. Volta para mim.

Quero-te, mesmo que seja só para me encheres de mentiras, pode ser que isso me dê pistas para descobrir para onde foi a minha felicidade.
Ser estranho, minha ilusão, volta.

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