quarta-feira, abril 15, 2009

Frágil*

Senti o corpo a perder a força e a fugir do meu controlo.
Deixei-me cair, como se soubesse que algo fofo, quente e aconchegante me iria apanhar, sem deixar arranhão algum. Caí directa no chão de pedra, frio e duro, mas nada disso me incomodou. A dor no meu coração era superior a qualquer estúpida dor física que pudesse surgir da minha queda.
Minutos antes estava tudo tão diferente. Parecias tão completo e feliz ao meu lado, sorrindo e dançando em cada movimento. Corríamos e brincávamos como crianças repletas de inocência. Bastou meio segundo, e o silêncio substituiu as gargalhadas sonoras que se espalhavam pelo ar e acariciavam cada um dos passageiros que embarcavam no nosso sonho.
Bastou meio segundo!
Agora só tenho vontade de me deixar cair, fechar os olhos e não sentir o meu coração em auto-destruição. Sinto a dor nos joelhos esfolados e ensanguentados e as lágrimas salgadas que fazem com que os arranhões da minha cara ardam, mas não luto para realizar qualquer movimento que possa aliviar essa dor. Estou bem assim.
Acabei de desligar o telefone, cai de joelhos no chão que agora me serve de consolo à alma e tudo o que resta é a imagem do teu sorriso, os meus soluços que se destacam no silêncio do apartamento e os batimentos sonoros do meu pequeno coração.

Estas feliz, e isso é tudo o que importa *

1 comentário:

  1. gostei muito do texto, amiga do meu porquinho! ^^
    sim, por vezes as mazelas da alma são bem maiores que aquelas que sentimos na pele.

    beijinho *

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