quinta-feira, maio 27, 2010

" Quem te me levou ? Roubou-me a alma, mas de Ti não sabe nada "


"Grande parte do medo resulta da forma como encaramos as coisas que ainda não conhecemos, tendemos a recear uma atitude, um beijo, um carinho quando na verdade apenas pode ser bom, quando não tem inconvenientes. Carambas se a vida fosse complicada as vitórias não tinham significado.
Eu sou diferente e único, tu és uma princesinha com um coraçãozinho muito bom e ingénuo.


(...) tu podes confiar em mim (...)."
27/07/09

quinta-feira, maio 13, 2010

Noite Magica*

Esta noite cabe-me a mim decidir onde vamos mas eu não quero ir a lado nenhum, simplesmente quero ficar de novo, perto do toque, do aroma e do sabor da doce tentação que telepaticamente se encontra nos meus braços, envolto nos meus lábios e em carinhos que não quero terminar.
Posso ? Será ousado demais tocar-te por uma noite mais beleza intocável ?
Aceita-me, mais uma vez, e deixa que o teu corpo sinta, que o teu coração bata tão forte quanto o meu, que os teus braços me acudam e os teus lábios procurem os meus, incansavelmente Meu Amor.
Deixa que a tua alma sinta tudo aquilo que o corpo não foi feito para sentir.
Reconhece mais uma vez que a cumplicidade é nossa, a noite é dos dois e que nós somos um.

És parte de Mim, independentemente de qualquer coisa.
Entrego tudo a ti, ontem, hoje e amanha.

segunda-feira, maio 03, 2010

Medo de Mim*

Sinto a cabeça pesada, cansada alias como ultimamente tem acontecido, e assim se vai tornando rotina.
Fecho os olhos numa tentativa de passar o tempo e acabo por transportar-me para um outro mundo. Um mundo que conheço muito bem, que me é bastante familiar. Mas falta algo aqui. Sinto bem lá no fundo de mim que não estou completa e que este lugar já não é mais o mesmo.
Encontro-me no inicio de um atalho em rota descendente e no fundo deste caminho íngreme coberto de espessa floresta existe um lago, uma queda de água, tenho a certeza. É das coisas mais bonitas que me levaste a conhecer em todo o tempo que aqui passamos durante noites, e este caminho sei eu de cor, fá-lo-ia vezes sem conta de olhos fechados se necessário, porque é o único acesso directo à Lua, a fiel testemunha do nosso primeiro reencontro, e Nós passamos lá a maior parte do tempo que aqui estamos.
Não sei bem porque mas sinto que, à medida que caminho, quanto mais ando menos sei onde me encontro, menos noção tenho de espaço, de tempo e cada vez mais ganho a noção de que estou perdida e no meio de toda esta verdura fresca, tão característica deste lugar. Algo no chão, que não chego a reparar bem o quê, me faz cair e magoar a cabeça numa pedra dura e alta. Sinto-me tonta, mas mesmo assim não desisto de procurar aquela beleza natural que tanto admiramos juntos. Talvez lá esteja a resposta ao meu dilema, ao meu porque de estar tão vazia, de me sentir tão só.
Mais uns quantos metros a frente escorrego numa folha enorme de palmeira caída no chão. Como estou tonta desequilibro-me e rolo caminho a baixo, sem noção de onde irei parar ou como isso vai acontecer. De repente sinto as costas húmidas e a cara cheia de grãozinhos de qualquer coisa. Uma brisa suave toca-me a pele e um perfume doce envolve todo o meu corpo. O som de agua a correr e evidente mas não me incomoda, antes me acalma e me causa boas sensações. Levanto o tronco e dou conta que não há uma única parte do corpo que não me doa. Não tenho bem a noção de quanto tempo estive aqui deitada, desmaiada e escassas são as memórias de como vim aqui parar. Mas se existe algo de que me lembro bem é o meu propósito em cá vir. Estou a procura do porquê. Porque é que este lugar esta tão vazio, e porque é que parece que tenho que abraçar o meu peito com força para que ele não se desmonte em pedacinhos?
Inclino o tronco para a frente e estou suficientemente perto da agua para que o meu rosto se desenhe nela, como o reflexo num espelho ondulado e brilhante. A imagem que se apresenta aos meus olhos não é aquela a que estou habituada, ou estava, antes, sempre que vinha aqui e seguíamos este ritual. É um ser estranho e distorcido o que me é apresentado sob o azul da lagoa. E o mais curioso é que esta incompleto e só metade de si aparece na agua. Com uma gota de agua que me escorreu do rosto o retrato abala e desaparece. O susto faz-me regressar para trás, num pulo, e levantar-me com dificuldade. Mas, que se passa comigo afinal? Porque é que este lugar esta tão diferente e porque é que o meu reflexo é só metade de mim?
Tu, a peça chave desta equação. És tu que não estas. Foste tu que partiste. Tu, metade de mim. Tu desapareceste como a areia que me escapa por entre os dedos sem sequer me dar uma hipótese de a agarrar. Tu já não estas aqui. E agora sim tenho explicação para o bizarro fenómeno do turbilhão de sentimentos que enchem a minha pessoa.
Tu, mas onde estás?
Tu, és um anjo. Agora me lembro.
Antes de aqui entrar estavas deitado ao meu lado e agora corro em volta e não te encontro. Entoo o teu nome em gritos, mas não existe mais resposta alem do eco da minha voz.
Então, com uma ultima réstia de esperança e esforço a minha voz faz-se ouvir num sufoco. Com um certo objecto afiado, que estava do meu lado quando finalmente a minha consciência despertou de novo, em punho digo em alta voz “ Amo-te! Onde quer que estejas quero mesmo que sejas feliz, que sejas tu, companheiro de viagem dos dias e das noites. Aqui fica o meu adeus à vida. Amei-te, Amo-te e Amar-te-ei “. E com um suspiro o punho embate contra o peito. Não tive tempo sequer de ir procurar-te a Lua, a mesma que acabou de assistir, fiel como sempre, a minha ultima inspiração.

O coração bate acelerado, tenho as roupas húmidas coladas ao corpo e pingas de suor a escorrer pelos poros. Os cabelos emaranhados na cara e a respiração ofegante. Estas agarrado a mim, em gestos desesperados. Quando finalmente das conta que acordei, agarras-me num abraço dos mais quentes que já recebi.
“ Calma, o pesadelo acabou e eu estou aqui, Meu Amor “
Quando realmente me acalmo e volto a repousar na almofada sussurro “Eu Amo-te”.
Não sei bem se ouviste, mas tambem já perdemos tempo de descanso a mais com o meu mau sonho.
Não dou muita importância. Eu sei que o sabes, e que é a mais pura das verdades, a mais profunda essência do meu ser que o grita para ti.
Não quero mais dormir esta noite, vou ficar a contemplar-te.
Acho que começo a ter medo de mim própria.